Deputados preveem relação republicana entre Caiado e Lula
Boa parte dos deputados estaduais nutre expectativa positiva para a gestão petista
O Brasil escolheu, no último dia 30 de outubro, um novo presidente para os próximos quatro anos. Embora parte considerável do eleitorado tenha votado pela continuidade do Governo Jair Bolsonaro, do PL, a cadeira mais importante do cenário político brasileiro ficou com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. O petista obteve 50,9% dos votos. Foram mais de 60 milhões de votos válidos ao final da apuração. A nível estadual, boa parte dos deputados eleitos para a 20ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) nutre expectativa positiva para a gestão petista.
Talles Barreto, do União Brasil — partido do governador Ronaldo Caiado —, disse que apesar das diferenças, “governo não faz oposição a governo”. “Vejo que o Estado vai ter que fazer um trabalho extremamente republicano. Goiás não pode sofrer perdas, por qualquer tipo de posicionamento político no período eleitoral”.
O parlamentar disse enxergar no governador reeleito um exímio “amadurecimento”, característica capaz de lhe garantir condições de estabelecer boas parcerias. “Encaro tudo com muita serenidade e tranquilidade. Vejo que o País tem tudo para seguir de maneira democrática. Quando se ganha uma eleição, não se ganha somente para seus eleitores. Se ganha para uma população que, com certeza, espera um Brasil cada vez melhor”.
Apesar de ter votado em Bolsonaro, Wilde Cambão (PSD) acredita que o governador reeleito deve ter um diálogo respeitoso com Lula. “O governador Caiado e o presidente eleito Lula são bem habilidosos no campo político. Eles devem saber conduzir bem essa relação. O petista vai depender de nós goianos”, pontua.
Uma segunda parcela dos deputados, porém, encara com desconfiança a gestão que se avizinha. Reeleito pelo PSC, o deputado Henrique César, por exemplo, disse estar pronto para defender a “pauta da família” se preciso for. “Espero que o novo Governo Federal não se levante contra essa nossa luta. Caso contrário, nos posicionaremos, claro, de maneira educada e democrática, como sempre fizemos”.
Apesar de apoiar a gestão Bolsonaro, que fracassou em seu projeto de reeleição, César diz torcer pelo sucesso do Governo que se inicia em 2023. “Nossa torcida é para que o governo dê certo. O Brasil precisa, as pessoas precisam. Precisamos de crescimento econômico, crescimento em todas as áreas. Cabe a nós respeitar as urnas. Se o povo quis assim, nos resta torcer para que mantenham o desenvolvimento que a gestão Bolsonaro iniciou”.