Equador: seis mortos e seis feridos em novo ataque armado ligado ao narcotráfico
Duas semanas atrás, cinco pessoas foram mortas, incluindo um policial, e outras oito ficaram feridas em Guayaquil
Télam - Um novo ataque armado na cidade equatoriana de Guayaquil deixou pelo menos seis mortos e seis feridos, o segundo até agora neste mês nas ruas da cidade equatoriana mais atingida por crimes ligados ao narcotráfico. Segundo a imprensa local, tratou-se de um acerto de contas entre gangues na cooperativa 25 de Enero, no sul de Guayaquil, ocorrido ontem à noite. O evento deixou "como resultado lamentável, seis pessoas mortas e seis pessoas feridas, que já estão estáveis", informou o chefe de polícia do distrito sul de Guayaquil, coronel Marcelo Castillo, informou a agência de notícias AFP. Testemunhas disseram ao site online Extra.ec que os afetados estavam comemorando o Dia dos Pais do lado de fora de uma casa quando alguns indivíduos a bordo de dois veículos atiraram contra eles. Segundo o site, nesta manhã ainda era possível ver restos de balas no local e vestígios de sangue na calçada ao lado de uma loja localizada na esquina da casa onde estavam as vítimas do atentado. Duas semanas atrás, cinco pessoas foram mortas, incluindo um policial, e outras oito ficaram feridas quando três homens abriram fogo dentro de uma casa em Guayaquil. Esses tipos de ataques se tornaram frequentes no Equador, principalmente em Guayaquil, em meio a uma guerra pelo poder entre as gangues de traficantes, que lutam por mercados e rotas de drogas nas ruas e também prisões, deixando um rastro de cadáveres, alguns esquartejados e desmembrados, pendurados em pontes. Castillo assinalou que durante a madrugada desta segunda-feira em um bairro populoso do sul de Guayaquil mais de uma dezena de pessoas estava "na via pública" quando "chegou um veículo preto e cerca de quatro ou cinco pessoas saíram" para fazer os disparos, informou a agência de notícias AFP. “Eles são pura retaliação por atos de violência anteriores. Eles se matam sem piedade”, acrescentou. Confrontos entre grupos do narcotráfico também levaram a massacres sangrentos nas prisões do país, em eventos que, de fevereiro de 2021 até hoje, deixaram pelo menos 420 presos mortos. Paralelamente, atos de violência com tiros e pedras também foram registrados ontem à noite no Comitê Popular, cidade localizada ao norte de Quito. Segundo Víctor Herrera, comandante da polícia da zona 9, em entrevista à FM Mundo, tratou-se de um ataque à “casa onde mora uma senhora que trabalha no microtráfico”. "Ela foi libertada várias vezes. Cidadãos cansados de vários eventos, incluindo microtráfico, jogaram coquetéis molotov na propriedade", explicou. No total, 112 policiais se aproximaram do local. Nas operações constatou-se que os cidadãos no interior da casa efetuaram disparos de arma de fogo. Uma pessoa com antecedentes criminais deu entrada no Hospital ferida, mas morreu horas depois. Um segundo cidadão ficou ferido e está no Hospital Calderón sob custódia da polícia. Além disso, três casas acabaram afetadas. Uma delas, totalmente queimada e duas parcialmente. "Várias substâncias sujeitas a controle foram encontradas na casa", disse Herrera. O Equador, localizado entre a Colômbia e o Peru – os maiores produtores de cocaína do mundo – apreendeu cerca de 100 toneladas de drogas durante o primeiro semestre de 2023, ante pouco mais de 200 toneladas em 2022 e o recorde anual de 210 toneladas em 2021.