Farsa de Força Tática é registrada em câmera de segurança da casa de tenente-coronel aposentado
Ao retornar de uma viagem, o homem de 71 anos verificou o equipamento e constatou o flagra dos PMs acusados de assassinato
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Ao retornar de uma viagem, o homem de 71 anos verificou o equipamento e constatou o flagra dos PMs acusados de assassinato
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Câmeras de segurança da casa do aposentado da Polícia Militar de São Paulo, um tenente-coronel de 71 anos, flagraram PMs da Força Tática do 27º Batalhão acusados de assassinato em uma operação farsa.
A situação foi iniciada com um Volkswagen Voyage que transitava lentamente por uma rua no Parque Cocaia, às duas da manhã, e que ao estacionar de forma abrupta, joga um homem baleado que cai com as mãos ao solo. Logo em seguida, uma viatura da Força Tática chega e três agentes descem do veículo.
Dois dos PMs pegam o homem caído e o colocam no banco de trás do Voyage, e o terceiro policial assume o volante do automóvel. Investigações mostram que o carro seguiu por 1,5 quilômetros seguido pelos colegas, até chegar no cruzamento das ruas Particular e Cultura Popular.
Isso, porque esse é o mesmo endereço que o sargento Cristiano Procópio Magalhães e os cabos Alex Medeiros Borges e Dimas dos Santos Silva simularam a ocorrência de uma resistência seguida de morte envolvendo o engenheiro civil Vinícius Texucla Oliveira.
Investigadores afirmam que minutos após Vinícius ter sido baleado e o confronto ter sido forjado, a equipe da Força Tática do 27º Batalhão “plantou” um revólver calibre 38 e uma pistola 380 ao lado do corpo do engenheiro. Além disso, logo em seguida providenciou o “socorro” ao homem ferido, momento em que a viatura 04114, da Unidade de Resgate do Corpo de Bombeiros, foi acionada.
Ao não resistir aos ferimentos, peritos do Instituto Médico Legal (IML) constataram que o engenheiro foi baleado nas costas e no abdômen. Outra ação que contribuiu para a farsa dos PMs foi a tarefa atribuída ao cabo Tiago Vieira da Silva.
Após seu expediente, foi até o local, que é perto de sua residência, e colaborou com a eliminação das evidências da cena do crime. Como foi orientado, jogou areia nas marcas de sangue. As câmeras de segurança registraram a chegada de Tiago em uma moto às cinco e cinquenta e oito da manhã. O cabo segurava um saco e esparramava areia no asfalto.
Para os investigadores, no entanto, a versão dos fatos apresentada pelos sargento Cristiano e cabos Alex e Dimas, na 101ª DP, é considerada fantasiosa. Isso, porque eles afirmaram terem visto o Voyage, que era ocupado por três pessoas, em atitude suspeita, e o abordado por meio de sinais sonoros e luminosos. Os PMs ainda disseram que o condutor não obedecera a ordem de parada e colidiu com um monte de entulhos.
Além disso, os PMs relataram que dois homens teriam descido do carro atirando e teriam fugido, deixando o engenheiro no banco de trás após o homem ter sido ferido no revide da polícia. No entanto, após o tenente-coronel dono das câmeras de segurança retornar de viagem e conferir seu equipamento de segurança, a Corregedoria da PM o acionou a procura de verificar as câmeras, assim como o fez em outras casas da região.
Com a visualização das imagens registradas, os três agentes foram denunciados à Justiça por homicídio doloso com três qualificadoras: motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e fraude processual – por terem tentado modificar a cena do crime. Já o cabo Tiago foi denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) pela tentativa de induzir o juiz ao erro a partir das alterações na cena do crime.
Na Justiça Militar, enquanto Tiago responde por fraude processual, Cristiano, Alex e Dimas, são processados pelos crimes de falsidade ideológica, fraude processual, abandono de posto e reunião em grupo para o cometimento de violências. 1ª Auditoria do Tribunal de Justiça Militar ocorrerá no dia 27 de outubro para ouvir testemunhas do caso. No dia seguinte, os PMs serão interrogados.
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