A PRF (Polícia Rodoviária Federal) apreendeu, na tarde desta terça-feira (23), aproximadamente 1.100 quilos de agrotóxicos de origem estrangeira durante uma fiscalização realizada na BR-487, em trecho localizado na divisa de Mato Grosso do Sul com o Paraná. A carga continha a substância tiametoxam, cujo uso está restrito no Brasil desde 2024 por determinação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), devido ao alto risco de mortalidade de insetos polinizadores, especialmente abelhas. Os policiais pararam um caminhão que trafegava pela rodovia. Durante a fiscalização inicial, o condutor informou espontaneamente que transportava produtos sem a documentação exigida pela legislação brasileira. Diante da declaração, a equipe realizou a vistoria no compartimento de carga do veículo. Na inspeção, os policiais constataram a presença de uma grande quantidade de agrotóxicos sem registro no Brasil e sem o devido desembaraço aduaneiro, o que configura o crime de contrabando. O material apreendido totalizou cerca de 1,1 tonelada da substância tiametoxam, inseticida amplamente utilizado em outros países, mas que passou a ter seu uso severamente restringido em território nacional em razão de seus impactos ambientais. Segundo informações do Ibama, o tiametoxam apresenta elevado potencial de causar a morte de insetos polinizadores, fundamentais para a manutenção dos ecossistemas e para a produção de alimentos. A redução dessas populações pode comprometer a polinização de culturas agrícolas e afetar diretamente a cadeia alimentar, gerando prejuízos ambientais e econômicos de longo prazo. Durante o depoimento aos policiais rodoviários federais, o motorista relatou que havia sido contratado para transportar a mercadoria ilícita do Mato Grosso do Sul até o Paraná. Ele foi detido em flagrante e encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em Guaíra, também no Paraná, onde permanecerá à disposição da Justiça. O caminhão utilizado no transporte e toda a carga de agrotóxicos apreendida foram encaminhados à Receita Federal, que ficará responsável pelos procedimentos administrativos e pela destinação adequada do material. A PRF reforçou que operações de fiscalização nas rodovias federais seguem sendo intensificadas, especialmente em regiões de fronteira e divisas estaduais, com o objetivo de combater crimes como o contrabando e proteger o meio ambiente e a saúde pública.
