Há 20 dias sem notícias: desaparecimento de João Planta mobiliza Chapada e segue sem respostas oficiais
O ativista e biólogo João Paulo Vaz da Silva, conhecido como João Planta, está desaparecido desde o dia 8 de dezembro. Neste sábado, 28, o caso completa 20 dias sem informações oficiais sobre o paradeiro do jovem, visto pela última vez na região da Cidade Alta, em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros.
Segundo amigos relataram ao Jornal Opção, João teria saído do local onde estava hospedado após ser chamado por pessoas desconhecidas para ajudar a desatolar um carro. Ele deixou para trás celular, documentos e pertences pessoais, levando apenas a roupa do corpo — comportamento considerado completamente fora do seu padrão.
Caso de 2024 é distinto, mas aumenta apreensão
Com o avanço dos dias sem respostas, voltaram à tona questionamentos sobre um episódio ocorrido em 2024, quando João foi vítima de uma tentativa de homicídio. Amigos e familiares, porém, reforçam que não há associação formal entre os casos.
O fato de 2024 tramita como processo criminal próprio, em curso na Justiça, no qual João figura como vítima, com investigação específica. Já o desaparecimento, registrado em 8 de dezembro, é um evento distinto, também sob apuração, e ainda sem novidades oficiais. O grupo que acompanha o caso afirma que não fará especulações e que informações sobre o processo anterior podem ser consultadas no sistema Projudi do Tribunal de Justiça de Goiás.
Depoimentos apontam comportamento incomum e pedem esclarecimentos
Amiga de João desde 2011, Anallu Parente Rocha destaca que o sumiço foge totalmente da rotina do ativista. “Ele dificilmente ficaria sem avisar onde estaria. O fato de ter saído sem celular e sem pertences nos deixa muito preocupados. Sabemos do histórico do atentado, mas não estamos afirmando relação. Queremos respostas sobre o que aconteceu”, afirmou.
Segundo ela, até o momento, a polícia informou apenas que o caso segue em investigação. “Estamos pedindo esclarecimentos, porque sabemos muito pouco.”
O Jornal Opção tentou contato por diversas vezes com a delegacia de polícia local, mas não obteve retorno.
Outra amiga, que preferiu não se identificar, relata convivência de mais de 12 anos com João e descreve o episódio de 2024 como um atentado deliberado, à época investigado com perícia e imagens. Para ela, o atual desaparecimento é cercado de elementos atípicos. “Ele tinha levado comida e bebida para almoçar na casa onde costumava ficar. Pessoas foram chamá-lo para desatolar um carro, ele saiu deixando tudo e nunca mais voltou”, relatou.
A mesma fonte afirma que João demonstrava medo de determinadas pessoas e critica a condução inicial do caso. “O celular só foi recolhido semanas depois. Câmeras não foram verificadas de imediato. Da outra vez, fomos nós que tivemos que ir atrás”, disse.
Mobilização continua
Conhecido na Chapada por sua atuação ambiental e trabalho com coleta de plantas, João Planta é descrito por amigos como pacífico e solidário. Familiares e apoiadores seguem mobilizados e reforçam o apelo para que qualquer informação seja repassada às autoridades, por menor que pareça.
Enquanto aguardam manifestações oficiais, o grupo afirma manter o compromisso com a responsabilidade e o respeito ao trâmite judicial. “Seguimos esperando respostas. A verdade será esclarecida no tempo da Justiça.”
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