As eleições deste ano serão as primeiras a contar com o CIEDDE (Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia), inaugurado na terça-feira (12) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Mais um mecanismo contra as fake news deixa pré-candidatos da Capital mais confiantes no processo, embora alguns acreditem que a capacidade da Justiça Eleitoral continuará limitada diante do efeito devastador da informação falsa. Como será O CIEDDE vai promover a cooperação entre a Justiça Eleitoral, órgãos públicos e empresas, como as de plataformas de redes sociais e serviços de mensagem privada, para garantir o cumprimento da Resolução TSE nº 23.610 , que trata da propaganda eleitoral. Os TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) também receberão ajuda para utilização da inteligência artificial no âmbito eleitoral e na proteção à liberdade de escolha dos eleitores. haverá ainda campanhas publicitárias de educação contra a desinformação, discursos de ódio e em defesa da democracia. O TSE vai sugerir aos órgãos competentes as alterações normativas necessárias para combater as fake news . O CIEDDE ficará na sede do TSE, em Brasília (DF). A ideia é trabalhar em conjunto com MPF (Ministério Público Federal), o CFOAB (Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil), o MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A iniciativa é “inovadora” e objetiva garantir eleições “por mérito e não por desmérito”, nas palavras do vereador Otávio Trad (PSD), que tem experiência em campanhas e está no terceiro mandato. “Já fui alvo de fake news em âmbito familiar. Aqueles que me conhecem tinham a convicção de que era fake news . Atrapalhou mas não interferiu na reeleição. O Centro de enfrentamento à desinformação é inovador, uma demonstração que o TSE está preocupado com a lisura das eleições 2024, objetivando a real escolha dos candidatos por mérito e não desmérito”, comentou o parlamentar que é pré-candidato à reeleição. Nos últimos momentos Na chamada pré-campanha, os interessados já começam a falar nas futuras candidaturas, só não podem pedir votos. Depois disso são 40 dias em que se pode “lutar” pelos votos abertamente. O tempo é curto e é aí que a fake news mais assusta os candidatos. Pré-candidato à reeleição, o vereador Juari Lopes (PSDB), o “Prof. Juari”, nunca foi vítima de notícia falsa, mas não subestima o poder das fakes . “É importante essa lei, porque se alguém inventa um determinado fato, às vezes, neste prazo curtíssimo de campanha você não consegue provar o contrário. Então, é louvável e é importante [a iniciativa do TSE], porque determinados políticos se utilizam da mentira e mentem tão bem que parece verdade e, às vezes, uma mentira sobre a sua imagem e sobre o seu posicionamento pode ocasionar alguma situação desagradável”, diz Juari. Uma estratégia é ficar muito próximo das lideranças do nicho que traz os votos para que qualquer informação falsa não prospere. É o que faz o vereador e pré-candidato à reeleição Marcos Tabosa (PSB). “Nunca sofri com fake news . É que eu não ligo, como eu tenho uma causa, sou focado no servidor público, a gente tem as pessoas que acompanham a gente diariamente no sindicato e nas várias assembleias por ano, então o servidor é muito próximo ao presidente do sindicato”, opina o vereador, referindo-se a ele mesmo, que ocupa também cargo de presidente do Sisem (Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Campo Grande). Vereador e pré-candidato a prefeitura, André Luís Soares, o "Prof. André" (Rede) lembra que nunca teve problemas com notícias falsas a seu respeito, mas preparando-se para a campanha majoritária já prevê que será alvo da disseminação de fakes . "Acho que a criação desse Centro Integrado é muito importante. Como é a primeira vez, vamos testar a eficácia dele, mas o problema da fake news é que o efeito devastador dela é muito grande e dependendo do conteúdo, a capacidade de recuperação é muito menor. Então, é importante, mas o centro vai ser bastante limitado também", avalia André. Durante a inauguração do CIEDDE, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a vontade do eleitorado vem sendo atacada por milícias digitais desde 2018 com o desvirtuamento do "mercado livre de ideias". “No Tribunal Superior Eleitoral já vínhamos neste combate e, agora, estamos dando um salto a mais na eficiência deste combate, principalmente a partir do momento em que as notícias fraudulentas e as f ake news foram anabolizadas pelo mau uso da inteligência artificial”, disse o ministro. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .