“Não estavam abandonados”, diz mãe de crianças encontradas sozinhas em casa

Indignada após ter sua vida exposta, a motorista de 38 anos desmentiu a versão divulgada pela polícia de que seus filhos – 10 e 11 anos – estariam abandonados na casa onde moravam no Bairro Monte Alegre. A mulher também nega que tenha roubado qualquer produto de uma loja de comércio on-line. A motorista procurou o Campo Grande News nesta sexta-feira (3), para dar sua versão dos fatos. A entrevista foi feita na casa da família, onde ela mostrou a geladeira abastecida e o local limpo, sem qualquer sinal de abandono e afirmou acreditar que a situação tenha sido armada pelo ex-marido.  Durante a entrevista, ela relatou que está em briga judicial com o ex-marido pela guarda das crianças e que diferente do que foi divulgado, ela saiu de casa apenas às 7h40 e não às 6h. Além disso, afirma que manteve contato via aplicativo de conversa com os filhos o dia todo e que sua mãe mora em frente à residência.   “Eles não estavam abandonados. Eu trabalho aqui na região fazendo entrega. Eu deixo comida pronta para os meus filhos. Minha mãe mora aqui na rua e vem aqui sempre para ver eles. Quando meu ex-marido saiu daqui ele me bateu. Mas uma semana antes já tinha entrado na justiça com pedido de divórcio, guarda das crianças e minha remoção na casa. Tá tudo na justiça. Ele me persegue, fica fazendo denúncias e procurando brechas”, disse a motorista. Segundo a mulher, ela mantém contato com os filhos o tempo todo por telefone. “Eu falo para eles qualquer coisa liga para a mãe que eu volto correndo, porque faço entregas aqui na região. Eles não estavam abandonados. Caso não consigam falar comigo, eles vão na casa da minha mãe, na casa do meu tio que mora aqui na rua também. Eles não estavam abandonados”, frisou a motorista. A mulher afirma ainda que não é possível que as crianças tenham gritado por socorro, porque o local é um condomínio e a polícia não entra. O irmão da acusada contou que o ex-cunhado passou em frente a casa e pouco tempo depois voltou junto com a viatura. “As crianças estavam com a chave da casa. A polícia não entra aqui, ele aproveitou que viu a viatura fazendo ronda na região e chamou eles”, afirmou o homem. Sobre a denúncia de furto de encomendas, a mulher afirma que há algum tempo não trabalha mais para a loja de comércio on-line e que jamais pegou qualquer produto. Ela também afirmou que as crianças têm de tudo.  "Eu não trabalho para essa loja há um tempo. Não tem ninguém alcoólatra aqui. Meus filhos têm de tudo, desde roupas a brinquedos. A geladeira tem tudo o que eles gostam. A assistente social da região acompanha a gente porque fui acusada de que eu não levava as crianças ao médico e nem na escola, levei todos os documentos e comprovei que eles são bem cuidados”, alegou a acusada. As crianças foram levadas para a delegacia e segundo ela, foram liberadas para o pai, porque o homem ainda teria entrado com medida protetiva para que ela não se aproxime dos filhos e que a situação foi toda armada por ele.  “Foi tudo armado por ele, ele vai ter que provar. As crianças estavam com as duas chaves de casa. Elas não foram abandonadas. Eles deixaram a chave com meu tio. Eles me avisam até se vão dormir. Ele vai ter que provar tudo o que ele falou, porque meus filhos não estavam abandonados", finalizou a mulher.