Absorventes são entregues em Abadia de Goiás para quilombolas pelo governo estadual
Meninas e mulheres em vulnerabilidade social fazem uso de jornal no período menstrual; os produtos serão distribuídos pela Assistência Social do município
Meninas e mulheres do quilombo Recantos Dourados, em Abadia de Goiás, receberão absorventes na próxima semana. Ao todo, 120 pacotes foram entregues pelo governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), para a Assistência Social do município.
Os absorventes serão distribuídos pelo Dignidade Menstrual para mulheres em situação de vulnerabilidade social e vítimas de violência doméstica. O programa foi implementado no estado em 2021 e já beneficia cerca de 146 mil mulheres mensalmente.
Roseli Silveira, gerente de Políticas Públicas para Mulheres da Seds, destacou a importância do ‘Dignidade Menstrual’, que, mais do que um produto, leva dignidade às beneficiárias. “Muitas famílias mal têm o suficiente para comprar comida, e as suas meninas faltam às aulas por vários dias todos os meses, durante o ciclo menstrual, prejudicando o seu desempenho escolar, que muitas vezes acaba em abandono”, cita.
A gerente acrescenta que muitas adolescentes e mulheres usam no período menstrual papel e jornal ou outro material impróprio, o que compromete a saúde. Ao receber os absorventes, a quilombola Raysa Ayres exaltou o valor daquele benefício para ela. “Já vi muitas colegas envergonhadas na escola por não terem como se proteger de forma segura quando estavam menstruadas”, revela.
Combate ao racismo e injúria racial
A visita da equipe ao quilombo Recantos Dourados incluiu uma conversa sobre racismo. Evelin Rodrigues, gerente de Promoção da Igualdade Racial da Seds, apontou as várias formas de racismo, onde denunciá-lo e o atendimento prestado pelo Centro de Referência Estadual da Igualdade (Crei).
Segundo ela, as denúncias podem ser feitas no Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), da Polícia Civil. “Já o Crei oferece acolhimento psicológico e jurídico às vítimas”, informou.