Desde o início de abril, muitas atividades foram realizadas para lembrar os 60 anos do golpe militar no Brasil ? e, também, para evitar que a história possa, um dia, se repetir. Os "legados" da ditadura são inúmeros e marcam nossa sociedade até hoje: o militarismo das polícias, a política de segurança como política de extermínio e o
encarceramento em massa; as
grandes obras e suas megaconstrutoras, que promoveram inúmeros casos de corrupção, impactos sociais, ambientais, remoções forçadas e mortes de trabalhadores (lembrando que o Brasil bateu recordes de acidentes de trabalho, em especial na construção civil); o genocídio indígena e ataque às suas reservas; a violência no campo, com grupos armados contra as ligas camponesas e seus atuais movimentos por reforma agrária; um certo patriotismo que só valoriza o que é estrangeiro, ataca seus próprios cidadãos e despreza nossas culturas e tradições; a manutenção do discurso demodê da Guerra Fria com a "ameaça comunista" permanente, hoje narrativa delirante - mas ainda eficaz para angariar apoiadores; a Caserna e as Escolas Militares, que ainda seguem guiadas por manuais de Guerra Fria e uma história imaginária e paralela do Brasil, ideológica e sem pesquisa factual; a desinformação geral que segue como regra, incluindo
a guerra aos livros e a Paulo Freire, e o ataque às universidades, aos intelectuais e aos cientistas.
Leia mais (04/12/2024 - 10h18)