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Январь
2024

Psicoterapia Corporal em Grupo (VI)

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A autoestima é uma das questões onde a terapia corporal em grupo tem uma resposta mais contundente 7.  A AUTOESTIMA A autoestima é uma das questões onde a terapia corporal em grupo tem uma resposta mais contundente. Pessoas que se consideravam complicadíssimas ao serem introduzidas em um grupo psicoterapêutico, ao perceberem que suas indagações, frustrações, impossibilidades mão são nem maiores e nem menores dos que estão ao seu lado, que vivências suas que passaram despercebidas e sem maiores significados, se tornam poderosas ferramentas em algumas vidas alheias ou que seus empecilhos fazem parte do cotidiano de alguém sem causarem maiores transtornos produzem transformações efetivas que abrem as portas para o início rico de um processo terapêutico. Logicamente, a questão não é tão simples assim. Sempre resta saber o porquê um dia foi "mais simples" para essas pessoas se perceberem como sendo complicadas. Ficando atento, perceber-se-á o retorno desse traço na primeira oportunidade onde ele se fizer necessário, quando então pode ser efetivamente trabalhado. Um belo exemplo foi o de uma paciente casada, mãe de dois filhos pré-adolescentes e que vivia um processo agudo de depressão. O seu último ano de vida tinha sido vivido à base de remédios antidepressivos e calmantes. Ela havia vivido até cinco anos atras em uma cidade no interior de Minas, oriunda de uma família classe média baixa, com mais cinco irmãos, todos homens, sendo ela a caçula. Desde que ficara grávida de seu primeiro filho não exercia nenhuma atividade externa ao lar, embora tivesse curso superior. Seu marido era bastante estúpido e dominador no trato com ela. Eles se namoravam desde que ela tinha 12 anos, o que representava em ele ter sido seu primeiro e único namorado, homem e amante e seu casamento estava aparentemente chegando ao fim. Ela me procurou para fazer psicoterapia, por indicação de uma amiga, contra a vontade de seu marido. A conseqüência é que quem arcou com as despesas da psicoterapia, num primeiro momento, foi seu pai. Após um período de terapia individual, ela aceitou participar de um grupo também. Na apresentação ao grupo ela se definiu como sendo uma mulher feia, com um corpo disforme devido as duas gravidez, imprestável, com um péssimo humor e sem tesão para viver.  Durante algumas sessões ela pouco participava do grupo e estava sempre com uma postura depreciativa em relação a ela mesma se vestindo com roupas sóbrias, características de uma mulher de mais idade. Um dia chegou ao grupo com um ar choroso e começou a falar dela mesma reafirmando sua impotência e sua dificuldade de viver a vida. Sem que ninguém esperasse, um homem que fazia parte do grupo começou a lhe fazer uma série de galanteios, manifestando claramente a forte atração que ela despertou nele. Essa "cantada" a deixou totalmente sem ação.  A partir daí, o grupo a bombardeou com perguntas e várias sugestões. No término da sessão, o grupo combinou que na sessão seguinte a produziriam diferentemente.  Na sessão seguinte, três mulheres se encarregaram de produzi-la, fazendo um novo penteado, maqueando-a, experimentando um vestido jovial de uma outra paciente, sugeriram-lhe uma outra forma de sentar, etc. Eu fazia poucas observações, até porque eu estava sentado ao seu lado e ela segurava a minha mão o tempo todo.  Quando terminaram de produzi-la, a paciente era literalmente uma outra pessoa. Ao se olhar no espelho, teve como primeira reação o espanto, depois se tornou incrédula na mudança e por último caiu em prantos. As sessões seguintes foram de uma riqueza impressionante. Rapidamente a paciente retomou sua atividade profissional, mudou seu modo de vestir, passou a se valorizar mais como mulher, mudando sua postura perante o marido. Tudo corria aparentemente bem. Eu ficava cada vez mais atento, pois achava que as mudanças estavam ocorrendo rápidas demais.  Até que um dia ela chegou eufórica por estar se separando de seu marido. Só que dessa vez as coisas se inverteram. Com o decorrer da sessão, ela foi se deprimindo, deprimindo e ao terminar estava totalmente deprimida e lembrando aquela mulher das sessões iniciais. Com a seqüência do trabalho foi sendo possível aparecer o seu medo de encarar a vida. Cada vez ficava mais evidente que devido a esse medo lhe era "mais interessante" ficar doente e ter alguém que resolvesse os problemas por ela, mesmo que ela pagasse o preço da perda da autonomia. Ela retomou o casamento e interrompeu a terapia. Pouco tempo depois, ela retornou a terapia. Já não cabia mais naquele seu antigo lugar de doente. Era como se quisesse vestir um sapato antigo que tivesse ficado apertado. Ele a impediria de caminhar.  8.   A Transferência O processo da transferência é onde existe a maior diferença entre a psicoterapia a dois e a em grupo. Enquanto na psicoterapia a dois a transferência é realizada somente na relação com o psicoterapeuta, em grupo é possível que aconteça não só com o terapeuta, com todos os outros integrantes do grupo ou até mesmo com o grupo como um todo. "Gostaria de concluir dizendo que o grupo oferece um campo de trabalho muito mais rico para a tarefa terapêutica, podendo isso ser ilustrado pela gama de objetos transferenciais citados por Ângelo Berjarano, ou seja, três objetos interiores ao grupo - o analista, transferência central; os participantes, transferência lateral; o grupo como um todo, transferência grupal - e um objeto exterior, o mundo exterior com sua transferência. A situação é muito mais rica...." ([1]) Como exemplo posso citar um paciente que freqüentemente tentava boicotar os movimentos dos outros integrantes de seu grupo, criando movimentos em paralelo, com a nítida intenção de chamar a atenção. Eu percebia e continuava como se nada estivesse acontecendo, só observando. Ele era oriundo de uma família composta por seu pai, totalmente ausente, sua mãe, muito atuante, e irmãs mais velhas, com um padrão comportamental bastante tradicional. Foi induzido a vida inteira a acreditar que era o "homem da casa", o que o tornou "órfão de pai", embora morasse com seu progenitor. Não lhe era permitido expressar a dor, pois poderia lhe trazer vontade de chorar e segundo a norma reinante em sua casa, "homem não chora!".  Ele fez psicoterapia a dois durante um bom tempo, até que aceitou meu convite para participar de um grupo terapêutico. Eu o introduzi em um grupo composto exclusivamente de mulheres. Um dia, após termos feito um trabalho corporal que o deixou bastante irritado, quando eu dava atenção a uma paciente, ele me perguntou em tom de desafio:  "Porque você dá mais atenção a ela do que a mim?" Já não era a primeira vez que ele me fazia aquele tipo de cobrança. Até ali, eu tinha preferido responder com meu silêncio. Dessa vez eu estava decidido a arriscar e prontamente lhe respondi: "É porque gosto mais dela do que de você? E daí?". Ele voou para cima de mim com uma raiva, que foi uma das poucas vezes em que senti medo na relação com um paciente.  Por puro reflexo, joguei-lhe uma almofada, com a qual ele se atracou como se fosse uma pessoa, ficando completamente transtornado. Socou tudo quanto era almofada que lhe aparecia pela frente até ficar esgotado e relaxar. Acabada a sessão, levantou-se e foi embora sem falar mais nada. No dia seguinte me telefonou, ainda com raiva, falando que estava com febre e se eu ia cuidar dele. Eu lhe respondi que sim e ele me pediu que o atendesse. Respondi-lhe que teria prazer em lhe atender na próxima sessão de grupo. Ele insistiu que queria uma sessão individual e naquele exato momento. Me mantive firme em minha posição, só respondendo que não e me recusando a dar maiores explicações. Quanto a febre, falei-lhe que procurasse seu médico, pois era a pessoa mais indicada para cuidar dela. A sessão de grupo seguinte, ele chegou completamente rouco, quase afônico, e com terçol nos olhos. Propus um trabalho corporal para ele logo no início da sessão, de onde brotou uma violenta catarze com choros convulsivos.  Se passaram algumas sessões, onde ele não trazia nenhum material novo e quando eu lhe perguntava se estava tudo bem, ele respondia que sim, de uma forma brusca. Fui trabalhando com o grupo as questões que eram trazidas pelos outros integrantes, até que um dia resolvi arriscar e sugeri ao grupo o mesmo trabalho corporal que havia iniciado todo o processo com o paciente. Logo no início do exercício, de novo, o paciente teve uma explosão de raiva, porém mais branda que da primeira vez. Ainda durante a sessão sua herpes genital eclodiu e ele, ao perceber isso, interrompeu a vivência, levantou, me xingou de tudo que lhe veio a cabeça e foi embora. De novo no dia seguinte, me telefonou pedindo uma sessão individual. E de novo lhe neguei, reafirmando que só o atenderia em grupo. Quando me pediu alguma sugestão sobre algo que aliviasse sua herpes genital lhe respondi que devia consultar seu médico. De novo me disse uma série de impropérios e desligou o telefone. Na sessão em grupo seguinte, ele chegou atrasado, e sem cumprimentar a ninguém, começou a agredir a todos indiscriminadamente. Quando uma integrante do grupo lhe perguntou por que estava tão irritado, respondeu que se o grupo tinha o direito de atrapalhar sua psicoterapia, ele também tinha o direito de atrapalhar a deles. Quando tentaram contra-argumentar, afirmou categoricamente que o grupo é que era responsável por tudo aquilo que ele estava passando, principalmente a tal mulher que eu havia afirmado que gostava mais dela do que dele.  A partir desse momento comecei a pedir, através de sinais, e sem que o paciente percebesse, que o restante do grupo não se manifestasse. Ele começou a falar compulsivamente. Durante a catarze, reafirmou que o restante do grupo impedia que eu cuidasse dele adequadamente. Nesse momento, intervi e canalizei a vivência para mim. Foi aí que surgiu a raiva de seu pai. Num primeiro momento, somente como uma catarse, mas logo em seguida, com consciência. Num determinado momento, perguntei-lhe por que tanta raiva, ao que ele prontamente respondeu que a raiva que sentia por seu pai, era porque ele o havia abandonado na luta com as "mulheres de sua família". Ele chorava e repetia em forma de pergunta a "seu pai" (em alguns momentos me chamava de pai) porque o abandonara no meio de tantas mulheres. Daí por diante, o trabalho transcorreu até ficar claro para o paciente que o ponto de partida de sua vivência era que se sentia na obrigação de defender as "mulheres" dos "homens" e, principalmente, sua mãe de seu pai. Nos dias seguintes, sua herpes genital piorou muito, acabando por se transformar numa crise violentíssima. Por muito tempo ainda, a questão edípica dele reapareceu na psicoterapia. O "ciúmes" dos outros integrantes do grupo diminuiu, mas nunca desapareceu por completo. Um outro exemplo foi o de uma paciente que se definia como uma pessoa preguiçosa, antissociável, deprimida, com instintos suicidas e que nunca conseguia terminar coisa alguma que começava. Só que sua vida não falava a mesma coisa. Era casada, tinha um filho, ao qual demonstrava um enorme carinho cada vez que falava a seu respeito, muito criativa, era capaz de produzir em diferentes campos de atuação, e, rapidamente, estabelecemos uma relação de extrema cumplicidade. Durante nosso trabalho individual, foi aparecendo uma pessoa alegre, bonita, com uma enorme vontade de viver, vigorosa e extremamente sociável, porém bastante medrosa de expor "seus tesouros" (sua sexualidade) e tê-los roubados por alguém mais "forte" que ela (seu pai). Para não correr esse risco, havia se fantasiado de "bruxa", como ela mesma se definia. Sugeri que fizesse psicoterapia em grupo também. Ela relutou muito, mas acabou aceitando. As primeiras sessões foram um fracasso. Ela regrediu completamente e aquela pessoa anti-sociável que ela me relatava no início da terapia ressurgiu com toda a força. Tive medo de haver jogado fora todo o trabalho conquistado até ali. Um dia propus um trabalho corporal a ser feito em duplas. Propositadamente formei a dupla dessa paciente com um homem bastante sedutor. Com pouco tempo de exercício a paciente começou a viver um processo catártico de raiva, onde pode expressar e reviver situações similares que tinham acontecido na relação com seu pai. Foi uma das sessões mais intensas e bonitas que já vivi. A sessão terminou com essa paciente pedindo um colo para o grupo, que prontamente concordou e realizou. A partir daquele dia, sua sensualidade aflorou, e, com a prática ali adquirida no grupo, se sentiu mais segura para expor-se também na vida. Hoje aquela pessoa preguiçosa, antissocial ... é uma empresária, artista plástica, mãe, mulher, amiga ... 9.  A Exposição do Caos Um movimento que já percebi por diversas vezes é o do paciente que fica falando para o grupo sem desejar que sua fala seja registrada. É como se ele quisesse pura e simplesmente jogar fora aquilo que está falando e o grupo fosse a lata de lixo. Se alguém o interrompe fazendo alguma observação ou resgata sua fala tempos depois, ou o paciente nem se lembra do que estava falando ou reage com agressividade como se o outro fosse um intruso. Quanto a isso, Winnicott tem uma ótima leitura: "O contraste entre essas duas condições relacionadas talvez possa ser ilustrado ao se considerar um paciente capaz de repousar após o trabalho, mas incapaz de atingir o estado de repouso a partir do qual um alcance criativo pode acontecer. Segundo essa teoria, a associação livre que revela um tema coerente já está afetada pela ansiedade, e a coesão das idéias é uma organização defensiva. Talvez seja necessário aceitar que alguns pacientes precisam às vezes que o terapeuta possa observar o absurdo próprio ao estado mental do indivíduo em repouso sem a necessidade, mesmo para o paciente, de comunicar esse absurdo, o que equivale a dizer, sem que o paciente tenha a necessidade de organizar o absurdo. O absurdo organizado, já constitue uma defesa, tal como o caos organizado é uma negação do caos. O terapeuta que não consegue receber essa comunicação, empenha-se numa tentativa vã de descobrir alguma organização no absurdo, em conseqüência de que o paciente abandona a área do absurdo, devido à desesperança de comunicá-lo. Uma oportunidade de repouso foi perdida, devido à necessidade que o terapeuta teve de encontrar sentido onde este não existe. O paciente não pôde repousar, devido a um fracasso das provisões ambientais, que desfez o sentimento de confiança. O terapeuta, sem saber, abandonou o papel profissional, e o fez, desviando-se para pior, a fim de ser analista arguto e encontrar ordem no caos." ([2]) 10.  A Terapia do Silêncio Um dado muito interessante do trabalho em grupo é que além de termos que lidar com as nossas questões, temos que lidar com questões trazidas por um terceiro, as quais, muitas vezes nos mobilizam e não temos como controlar, pois, a vivência direta pertence ao outro. Muitas vezes essa característica nos é de um auxílio inestimável. Logo que comecei a trabalhar com psicoterapia em grupo, me incomodava muito o fato de algumas pessoas não participarem tão ativamente das atividades quanto outras. Com o tempo fui percebendo que cada um tem a sua própria forma de fazer psicoterapia. Um bom exemplo foi o de uma paciente que pouco se manifestava no grupo, mas era fácil observar-se uma transformação nela. O grupo vivia lhe cobrando que participasse mais, até que um dia ela resolveu falar. Em uma hora, ela colocou coisas que vinha observando de cada um dos integrantes do grupo e como cada uma delas foi contribuindo em sua vida de uma maneira tão clara, que todos nos espantamos. Essa pessoa fez a psicoterapia do silêncio, só escutando o que era trazido e vivido pelos outros pacientes e participando dos trabalhos corporais. Pouco falava. 11. O Preço da Sessão Uma outra questão que para mim é bastante relevante, é a possibilidade de em grupo o preço da sessão por paciente ser menor do que na individual. É semelhante a aula particular e em grupo. Essa característica possibilita que pessoas que não teriam como pagar suas psicoterapias possam fazê-la. Isso é muito interessante não só para elas, como também para o grupo, uma vez que possibilita que haja uma mistura de pessoas pertencentes a diferentes classes econômicas, o que enriquece em muito o processo como um todo.  Eu, normalmente, introduzo em cada grupo uma pessoa que não tem poder aquisitivo para pagar a psicoterapia. Freqüentemente, essas pessoas me pagam fazendo trabalhos para mim, como por exemplo: costurando, digitando, etc. O critério que adoto para fazer isso é me certificar que a pessoa realmente não tem como pagar a psicoterapia e não que está priorizando gastar o seu dinheiro com outra coisa.  De acordo com a minha experiência, para essas pessoas que não têm como pagar toda a sua psicoterapia com dinheiro e o farão através de trabalho, é imprescindível que pague pelo menos uma parte em dinheiro, e que o valor pago não seja simbólico para quem está pagando, mesmo que seja para que está recebendo. É necessário que fique caracterizado que está sendo feito um tratamento de saúde. 12. Objetivando a Vida A conseqüência de todo esse processo é o aprendizado de objetivar a vida. O tempo de cada sessão é intencionalmente pouco, de tal forma, que cada um tem que lutar pelo seu espaço, como na vida propriamente dita. Tudo isso passa pela relação de troca dentro do grupo. Seja ao escutar ou ao falar ou ao se fazer escutar é necessário conquistar o outro. Muitas vezes é necessário exigir que o outro fale ou aprofunde sua fala. Outras vezes se torna essencial que se condense a sua fala para se conquistar a escuta do outro, despertando seu interesse. Freqüentemente acontece que quando alguém fica relatando superficialidades ou de uma forma muito prolixa, o restante do grupo cobra a objetividade.  À primeira vista pode-se pensar que a livre associação ficaria excluída do processo de psicoterapia em grupo. Realmente seu espaço fica reduzido em relação ao processo desenvolvido em sessões individuais, mas não excluído. Procuro compensar essa redução de espaço para a livre associação através de jogos e brincadeiras. Além disso, quando o paciente percebe que existe "algo mais" na sua fala, ele briga por seu espaço. O que tenho percebido, é que o que o processo terapêutico perde devido a dificuldade da realização da livre associação, ele ganha com a intensificação da transferência e da objetividade. V) Psicoterapia em Grupo e Psicoterapia de Grupo  E voltou, então, à raposa: - Adeus, disse ele ... - Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. - O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. - Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa ... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. - Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa... - Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.([3]) A maior diferença é que em psicoterapia em grupo são indivíduos que estão em grupo fazendo psicoterapia, o que possibilita uma relação independente do restante do grupo entre paciente e psicoterapeuta. Para que a psicoterapia em grupo possa ocorrer é necessário que os integrantes do grupo se manifestem e construam cada um a sua própria psicoterapia. Com toda a certeza, este vem a ser o mais duro e difícil trabalho do psicoterapeuta. Na psicoterapia de grupo, o psicoterapeuta deve lidar com o grupo como se ele fosse um bloco de pessoas e, portanto, as atividades, abordagens e etc são dirigidas a todo o grupo, o que representa que o terapeuta não pode fazer diferenciação entre os participantes do grupo. O psicanalista Luiz Miller de Paiva, defende abertamente essa forma de psicoterapia grupal: "...A técnica atual recomenda que se considere o grupo como um todo; deve-se, também, evitar o pronunciamento do nome dos elementos do grupo e interpretar, portanto, como se o grupo fosse um só paciente."  E na pg. 22 ele afirma: "Que o grupo seja considerado como um todo, transpessoal e não individual (psicoterapia de grupo e não em grupo)". ([4])  Me parece que para ser possível ao psicoterapeuta agir desta forma, ele deve se relacionar com todos os seus pacientes de uma mesma forma, o que "garantiria" aos pacientes um tratamento "imparcial" por parte do psicoterapeuta. Acredito que exista uma confusão entre "leis que regem uma relação e sentimentos que são despertados pela relação". É possível uma mesma lei vigorar para várias relações, por exemplo: não matar o próximo. Agora, pensar que é possível padronizar afetos e, conseqüentemente, atitudes já é uma enorme diferença. Na realidade, estabelecer que o psicoterapeuta deve lidar com todo o grupo em bloco, corresponde a lei maior da relação ser uma lei falsa, o que só poderá gerar uma relação artificial. Temo que a constância desse tipo de ação do psicoterapeuta possa levar aos integrantes do grupo a perda de identidade, a dificultar a concretização da transferência, aumentar as identificações entre os elementos do grupo, possibilitando que um paciente boicote todo o trabalho do restante do grupo, não só intencionalmente como involuntariamente, além de criar uma falsa responsabilidade de um participante sobre outro. Penso nesses grupos como Freud pensou no exército e na igreja católica: "Numa Igreja (e podemos com proveito tomar a Igreja Católica como exemplo típico), bem como num exército, por mais diferentes que ambos possam ser em outros aspectos, prevalece a ilusão de que há um cabeça - na Igreja Católica, Cristo; no exército, o comendante-chefe - que ama todos os indivíduos do grupo com um amor igual. Tudo depende dessa ilusão; se ela tivesse que ser abandonada, então tanto a Igreja quanto o exército se dissolveriam, até onde a força externa permitisse fazê-lo. Esse amor igual foi expressamente enunciado por Cristo; “Quando o fizeste a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste.” Ele coloca-se, para cada membro do grupo de crentes, na relação de um bondoso irmão mais velho; é seu pai substituto. Todas as exigências feitas ao indivíduo derivam desse amor de Cristo. Um traço democrático perpassa pela Igreja, pela própria razão de que, perante Cristo, todos são iguais e todos possuem partes iguais de seu amor. Não é sem profunda razão que se provoca a semelhança entre a comunidade cristã e a família, e que os crentes se chamam a si mesmo de irmãos em Cristo, isto é, irmãos através do amor que Cristo tem por êles. Não há dúvida de que o laço que une cada indivíduo a Cristo é também a causa do laço que une uns aos outros...." ([5]) Concordo com a leitura de Freud sobre esses dois grupos, mas discordo quando afirma: "Não há dúvida de que o laço que une cada indivíduo a Cristo é também a causa do laço que une uns aos outros.". Me parece que este é um dos aspectos dessa união, embora existam vários outros. Quando pressupõe que o laço que une cada indivíduo a Cristo é a causa que os une, esquece de estórias como a de Caim e Abel. Um dos aspecto que merece ser pensado por nós, é a forma de liderança que é apontada nesse texto. Ao supostamente amá-los "igualmente", o líder ("Cristo") evita que haja uma disputa entre seus seguidores por qual seria o seu filho dileto. O oposto a isso, seria o líder ("Cristo"), no nosso caso o psicoterapeuta, poder reconhecer que seu papel de líder é eventual naquela relação. O verdadeiro líder (psicoterapeuta) não é aquele que escolhe ser líder (psicoterapeuta), mas sim, é escolhido para sê-lo pelos futuros liderados (pacientes). Assim como o lugar de líder (psicoterapeuta) na realidade pertence ao liderado (paciente), pois é ele quem escolhe seu líder (psicoterapeuta), o lugar de liderado (paciente) pertence ao líder (psicoterapeuta), pois é ele quem escolhe o seu liderado (paciente). Como no convívio em um grupo saudável, a liderança se alternará constantemente, e, portanto, as posições líder (psicoterapeuta) e liderado (paciente) também, é necessário que o líder (psicoterapeuta) originariamente e conscientemente eleito pelo grupo possa dar conta de seu lugar, sem deixar-se dominar por seu narcisismo. Dentro da minha prática como psicoterapeuta, percebi que uma das questões básicas para que essa escolha, tanto do psicoterapeuta quanto do paciente, possa ser feita da forma mais saudável possível, é necessário a participação da libido.  Para se trabalhar como psicoterapeuta e, principalmente, como psicoterapeuta em grupo, é imprescindível que se tenha uma relação saudável com sua libido. O psicoterapeuta corre o risco de ver denunciado um movimento libidinal seu a qualquer momento no grupo, quando, por exemplo, eventualmente estiver dando mais atenção a um membro do grupo que ao restante, e seria desastroso, a meu modo de ver, se ele não puder assumir esse fato perante o grupo, sem culpas nem vergonhas. Tão desastrosa quanto essa atitude, seria o psicoterapeuta boicotar a sua atenção a um dos elementos do grupo, exatamente por ser ele que lhe desperta mais fortemente a sua libido, seja em um determinado momento ou mesmo permanentemente. Em um trabalho de psicoterapia em grupo, o psicoterapeuta fica tão exposto quanto qualquer um dos demais integrantes do grupo, e o que diferenciará é a sua consciência do lugar a ser ocupado dentro daquele espaço. Num trabalho de psicoterapia de grupo, o psicoterapeuta fica protegido por uma liderança artificial, por ser imposta, como a do general ou de Cristo. Para exemplificar esses dois tipos de atividades em / de  grupo me utilizarei de atividades esportivas: um esporte que eu poderia considerar em grupo é a natação. Cada desportista (paciente) terá seu desempenho condicionado somente a sua própria participação, embora o treinador (psicoterapeuta) seja o mesmo para toda equipe (grupo) auxiliando-os no aprimoramento de suas potencialidades. Um esporte que eu consideraria de grupo seria, por exemplo, o futebol, onde é o time que ganha ou perde e cada um acaba ocupando um lugar pré-determinado dentro do grupo. [1] Freitas, Luis Alberto; Grupo sobre Grupo; ed. Rocco [2] Winnicott, D. W.; O Brincar & a Realidade; ed. Imago [3] Saint-Exupéry, Antoine de; O Pequeno Príncipe; ed. Agir [4] Miller, Luis; Psicanálise de Grupo; ed. Imago [5] Freud, Sigmund; Psicologia de Grupo e Análise do Ego, vol. XVII, ed. Imago




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